quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Castelo de areia

Um costume ruim que tive por várias vezes foi mentir. Não para ferir. Toda e qualquer mentira é para suavizar uma situação, aliviar uma dor ou, dar um toque mais divino ao humano. O jeito sonhador de ser criou uma barreira mistificando tudo ao meu redor. Do noite pro dia, a vida parecia bela. Sei que não deixarei de mentir por ainda sonhar. Não há como olhar no rosto de quem ama e dizer que tudo está ruindo. Esse isolamento da verdade te proporciona coisas boas, porém, tudo tem seus dois lados. Vi castelos e castelos de mentiras - castelos de areia - caindo, amontoando-se no chão e soterrando quem o possuia. Inclusive ajudei - e ajudo - a sustentar castelos de areia com minhas vigas e pilares, ora de ferro, ora de areia.
Quando meu castelo de areia não podia mais crescer, alguma reação inexplicável acontecia e tornava a areia em vidro. Uma mentira contada por todos e acreditada, pode se tornar uma verdade. Verdade frágil.
Vidro não era suficiente, uma influência me fez quebrar metade do castelo e criar algo mais sólido. De verdade, de ferro. Conhecia alguém que trazia encanto à verdade - ou pelo menos o que eu achava que fosse verdade. O castelo de ferro foi se elevando, até ficar mais alto que a lua. No final das contas, a queda é inevitável. E é verdade o que dizem: "Quanto maior a altura, maior o tombo". Não devia ser de surpreender, nada bom dura para sempre. Mas, ferro caindo sobre a sua cabeça dói mais que areia ou vidro. Almejamos a perfeição, perseguimos e, quando pensamos que encontramos, ela se desfaz. Pedaço por pedaço. Caiu e implodiu. Das ruínas, peguei a matéria-prima, respirei e continuei a andar.
Por não achar que poderia encontrar um lugar para fixar, criei um novo castelo com rodinhas e o empurro comigo para onde for. Seu material: Ferro, areia, madeira, ouro, prata e o que mais achar. No seu interior, algodão, tecido dos sonhos. Vindo das nuvens, como insisto a acreditar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Carta de um bom bêbado suicida

Mais uma escrita antiga. Na época de ainda estar com a cabeça cheia de estudar literatura, me veio um "sopro de inspiração" do além. Foi uma espécie de "modernismo" mal feito. Logo de partida é bom dizer que quase tudo é fictício nesse texto. Não estava como o tal escritor. O final não faz sentido aqui. Em uma folha de caderno, demonstrando que o escritor estava bêbado, falou que havia feito uma nova métrica. Em vez de ser uma métrica frasal, mediu o tamanho da folha e, quando terminava de escrever, a media havia mudado... Até conseguir parar.
Prometi não explicar mais que isso para não perder o "prazer". Tiradas as teias de aranha:

                                       Carta de um bom bêbado suicida


        Aviso loge de partida que não quero que sintam minha falta. É estranho e, talvez difícil... sentar na mesma cama, na mesma posição de outrora, quando escrevia cartas apaixonadas. O Tempo passou e o meu interior mudou. Diria que talvez até o exterior. O bêbado já não é o mesmo. Amargura, vitórias, enfim, experiências me fizeram mudar. Perdas com quais aprendi só depois. Amadureci? Não diria que tanto diante de uma caneta, um caderno usado – pouco para estudos – e um rum barato sem acompanhamento. Se me tornei uma pessoa boa? Também não saberia dizer... há quarenta minutos atrás, meio sóbrio, tentava ensinar lições de moral a um amigo. Tentava ensiná-lo como superar o lado ruim de amar. Dizia que ele não deveria demonstrar fraqueza, que não deveria se entregar ao primeiro cigarro que aparecesse, por mais que fosse dos bons. Dizia que não devia se entregar às drogas e à bebida. Nós que nos perdemos em tais devaneios, ouvimos de quem está de fora: “Isso não te levará a lugar nenhum. Tudo que acontece é doce e pura ilusão”. Pensamos que eles não sabem... e realmente é o que prevalece em nossa cabeça. Entretanto, o que eles dizem que é a mais pura verdade. Diferente da doce ilusão. Amarga.
         Devemos seguir o certo com força total, mesmo que seja pouca. Se estivermos tão cansados depois de tal esforço, mas vendo que precisamos de mais, as lágrimas encherem os olhos, significa que estamos no caminho certo. Se seguirmos mesmo com os olhos molhados, tornaremos palpável o objetivo perseguido.
         Sabe, percebi – falando ao meu amigo – que por mais que às vezes tenha me sentido frio, não deixei de me preocupar mais com os outros que comigo. Ontem pensava em me tornar engenheiro para dar uma vida boa e moradia principalmente a minha família. Logo depois, a todo mundo – ou a todo o mundo se assim melhor for. Hoje, me vejo quase médico. O que me move é a vontade de fazer bem a quem precisa. Vontade de salvar uma vida e ser agradecido por isso. Fama? Não... apenas ser reconhecido por estar fazendo o bem, e de bom gosto.
         Diante de tantos fatos, e ao lembrar o quão cético sou, constatei que minha religão é a bondade, que o que espero é apenas felicidade e, que a minha recompensa desejada se resume a um sorriso. Puro.
         Termino tal sermão e, como disse, quarenta minutos depois, estou aqui com o tal rum e a tal criatividade que será perdida com a ressaca. Me pergunto se sou realmente a pessoa boa que pareci. Pergunto-me se sou assim ou sou apenas um falso-moralista. Bom, não estou tão bêbado a ponto de esperar uma resposta do além. Apenas digo que é complicado. Só dói não ter um chão ou uma parede para se encostar.
          Já é manhã. Nem vi o sol nascer. Pensava que ia ser apenas outra manhã com o céu negro. Chuvoso. 
             Para fechar com “chave de ouro”, digo que formei uma nova métrica. Chamarei de métrica dos “quarenta e três centímetros”. Ops, agora, quarenta e quatro. Enfim, não ligue... não estou bem. Quarenta e cinco.

Diametralmente oposto à um clichê

Depois de todo esse tempo, olho ao meu redor e vejo coisas concretas, sim. Coisas concretas, mas sem sentimento. O que eu mais sinto falta é de um olhar que não é ambíguo, mas diz muitas coisas. Pode me fazer rir, ficar sério, chorar ou até sonhar. O diferencial dos dias ensolarados, nublados e chuvosos parece muito pouco perto da diferença que é não ter ela no café da manhã. Foram poucos e diferentes. Diametralmente oposto do que chamaríamos de clichê. Lasanha no café da manhã, beijos no chão, tempo parando de ser contado pelo relógio. Dali em diante, pensaríamos: "Faltam três beijos para amanhã". Enquanto que foi o infinito. Compactado em alguns milissegundos. O relógio não era suficiente para contar o tempo, assim como palavras não seriam capazes de passar tamanho sentimento.
O que eu mais amei, foi o olhar firme, sério e apaixonante, que indicava proteção. Pela primeira vez na vida senti um amor tão inexplicável e forte como de mãe e filho. Era totalmente diferente dessa relação, entretanto, a simetria estava na parte de querer sempre ao lado.
Nunca esperei que fosse amar tanto algo fora do modelo de amor que sempre me baseei. Tudo tangencia o anormal, se afastando do clichê quando estou com você.


Uma coisa meio antiga, mas vou começar por besteirinhas que já escrevi. Desde o primeiro "post", devo estar parecendo uma pessoa meio amargurada. Claro que todos tem as suas fases. Agora devo estar parecendo um "corno amargurado". Acho que escrevo muito sobre essa mulher, pelo fato dela ter me inspirado muito a "escrever". Comecei com cartinhas de amor, textos, pequenas músicas... Coisas assim. Quando não era mais possível, passei a escrever para amigas - talvez tenha me "apaixonado" por uma no meio do caminho.
Mais adiante, de uma forma indireta, inspirado pela primeira mulher, comecei a escrever um livro. Caí de cabeça, escrevi 28 páginas em 4 dias, mas tive que interromper por causa dos estudos. Desde então, venho escrevendo coisas amistosas. Bem informais.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Introdução

Introduzir me traz idéias erradas, mas não vem ao caso. A idéia de blog não me soa muito bem, porém, é sempre bom experimentar antes de jogar pedras. Este blog pode acabar não sendo uma sucessão de fatos cronológicos, nem histórias minhas.
É informal por poder não ser algo definitivo, para falar a verdade, parece meio clichê e uma menina nova. Uma menina nova por não ser tão atraente e não ter toda a magia que por exemplo uma máquina datilográfica. De certa forma, o antigo me parece "sexy". Como se por ser mais mecânico, mais manual, passasse um sentimento mais físico... Ela é como sexo e, isso aqui, como uma masturbação. Enfim, estou em casa e sozinho. Soa como masturbação.
Lucci é um nome latim, significa "amado". A Sonoridade do nome, nas horas de tristeza, fraqueza, desepero, falta de esperança ou coisa parecida, ecoava na minha cabeça como LUTE. Essa idéia me faz lutar, esse nome demonstra que por mais que às vezes tenha me corrompido, sou a pessoa que eu sonhava ser... Que por mais que às vezes negue, sou uma boa pessoa. Pelo menos em tese. Sem sombra de dúvidas, esse será o nome do meu filho - se um dia o tiver. Parece um sonho distante, assim como todos os meus planos. Muitos dos que fiz, podem não se realizar, mas deixam uma experiência e, por mais que seja pouca, deixam esperança pra um próximo plano brotar. Um próximo sonho.
Assim como acontece ou acontecerá com qualquer pessoa, sonhar, por um tempo, não era uma boa idéia para mim. Some nas horas que a esperança está ruindo, sua consciência parece estar acabada e seu amor, destroçado. Logo vem o dia seguinte trazendo planos novos, uma nova e porquê não uma boa idéia?
Muitas vezes, você precisa muito mais do que o tempo, precisa se renovar por completo. Renascer. Você pode chegar a ver o inferno pela porta aberta. Pode sentir o corpo virando do avesso - sem poder dar um gemido. Pode sentir todos os músculos estourarem e todos os ossos quebrarem, de um jeito que no final do dia, você está sem reação. Assim como pode desistir, entretanto, a resistência é que gera evolução.
O Inferno não é aqui, mas estamos na frigideira. Então, aproveite e sorria. Não adianta fazer bonito, você não está sendo filmado. Pelo menos não por enquanto.

Acho que não botarei músicas sempre. Não pretendo, mas, para entrar no espírito:

Second Life Replay - The Soundtrack Of Our Lives
 Clicar aqui para ouvir esta música no youtube.

I killed myself today
For second life replay
I killed myself today

I had too many lives
I did it to survive
So i killed myself today

But somehow i'm not dead
I'm still inside a head
To testify what's real
When truth is to believe

I killed myself today
For second life replay
Yeah, i killed myself today

I killed myself today
For legendary fame
I blew myself away

I did it in a crowd
The echo was about
The old familiar shame

But somewhere i'll survive
To make you feel alive
So you could all reload
Your dreams and all your hopes

I killed myself today
For second life replay
Yeah, i had to leave this game

But i'll return tomorrow
Alive to learn again

Alive to learn tomorrow
Alive to learn again.



E agora, me pergunto: O quê escrever?







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